Noções de Biblioterapia


Noções de biblioterapia


Em O ano do pensamento mágico , a escritora e roteirista norte-americana Joan Didion (1934 - ) analisa o impacto que sofreu com a morte de seu marido, também escritor. E num dado momento acaba definindo um dos princípios básicos da biblioterapia:

"Em tempos difíceis, leia, aprenda, trabalhe em cima da coisa, pesquise a literatura a respeito. Fui treinada assim desde pequena. Informação significa controle."
A biblioterapia não promete milagres, mas oferece algumas saídas, um controle relativo, porque sempre relativos são os controles saudáveis.

Obtendo uma visão mais abrangente e mais detalhada do que está acontecendo em mim e ao meu redor, já não me sinto sequestrado pela adversidade. Não me sinto submerso, envolvido a tal ponto pelas águas da dor ou da preocupação que não possa respirar, refletir e reagir.

Biblioterapia, nesse sentido, é leitura educadora. Lendo, distancio-me dos redemoinhos e dos turbilhões, crio espaço para rever conceitos, redesenhar imagens, redescobrir emoções, tomar decisões, escolher caminhos. Ponho em atividade o pensamento, a memória, a imaginação. Realimento minha crença na liberdade. Fico em paz com minha guerra, como dizia Camões. E se essa terapia se faz preferencialmente pela leitura de obras de ficção, podemos falar legitimamente em terapia literária.

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