Teorema de Mabel - Matheus Ferraz

Resenha do livro Teorema de Mabel do autor Matheus Ferraz

Sinopse: Para Mabel, a chance de trabalhar como datilógrafa para o maior nome da literatura brasileira era inacreditável – justo ela, que sempre sonhara em ser uma grande escritora! Mas Milton Dantas agora não era mais do que uma criatura moribunda e incapaz de escrever uma linha sequer. Mabel decide seguir em frente e escrever o livro, mesmo que isso signifique perder sua sanidade. Mas por que teria sido ela escolhida para o trabalho? A resposta está na sua aparentemente inofensiva máquina de escrever, que esconde um segredo terrível.

No seu primeiro romance, Matheus Ferraz apresenta uma aspirante a escritora, um cafajeste de coração mole, uma prostituta solitária, um autor decadente, sua esposa e a máquina de escrever que manipula suas vidas impiedosamente. Uma história inquietante que traz uma galeria de personagens densos e inesquecíveis embalados numa prosa revigorante e surpreendente.

Capa: Simples, mas muito fofa.

Escrita: Boa, apenas muito detalhista, mas nada a ponto de incomodar a leitura.

Enredo: Mabel, uma jovem sonhadora, que busca ajudar a família e ter um futuro melhor.

É assim que a estória de Mabel é contada.

Nesse enredo tem muitos personagens fortíssimos. Como Emília, a esposa do autor Milton Dantas, uma mulher guerreira que superou seus limites para ficar ao lado de seu marido.

O livro se passa  na em outra época, o que é um charme. E também é divido em 3 partes.
1°parte quando Mabel chega a cidade grande e conhece o seu Autor favorito.
2°parte quando começa a datilografar o livro ao lado de Milton Dantas.
3°parte depois de descobrir o mistério de Regina.

O auto conhecimento que Mabel adquiri no desenrolar da estória é muito notável.

"O livro depende de você decodifica-lo, entende-lo. O livro te busca, para que você o faça ganhar sentido."

E existe Regina, uma tipo de maquina de escrever diferenciada. A estória é baseada nela. E o mistério que a envolve e mostrar o que faz ela realmente ser especial.
O fim do livro me deixou bem surpresa.

Sobre o Autor: Escrevi minha primeira história aos cinco anos. Era um conto de meia página a respeito de um mago que vivia num castelo voador e procurava uma coroa que lhe daria poderes imensos. Foi feita numa folha de caderno do meu irmão, que ele arrancou para eu desenhar enquanto ele fazia seu dever de casa.

A máquina Olivetti Lettera que recebi de presenta da minha mãe foi um point of no return na minha vida. Meu sonho era escrever um livro de mistério-no-quarto-fechado, estilo Agatha Christie. Tentei mil abordagens para isso, inclusive uma história de assassinato acontecida no ano 3000! Cheguei a chorar depois da milésima tentativa frustrada, e prometi que nunca mais ia tentar escrever de novo. Nem preciso dizer que não cumpri a promessa.

Na quarta série, escrevi uma peça intitulada As Aventuras do Marujo Mário Ferraz, pela qual fui matéria no jornal Estado de Minas. Numa excursão escolar à Editora Lê, essa peça caiu em mãos da escritora Lêda Maria, que me presenteou com um exemplar de seu livro O Mundo de Mariana, que guardo comigo até hoje.

Durante a adolescência, me fissurei em histórias de horror, e sempre escrevia contos grotescos e extremamente sangrentos. Minha professora Simone foi um grande apoio nessa época, recebendo textos meus por fora das aulas e me dando muitas dicas.

Foi em 2008 que passei a atuar como crítico de cinema no site Boca do Inferno. Foi também quando fiz minha primeira tentativa de romance, que nunca teve título. Era uma história steam punk passada na Inglaterra Vitoriana (com uma quantidade IMENSA de erros históricos e culturais). Este nunca chegou a ser terminado. No mesmo ano, tentei escrever uma história passada em uma campo de concentração, o que rendeu duas novelas francamente impublicáveis.

Já em 2009, passei a trabalhar na história de Odeta, uma das melhores personagens que já criei, mas que ainda espera um texto digno. Este romance foi feito em quatro versões. A primeira foi feita a máquina, a segunda foi feita mão, a terceira e a quarta foram digitadas. Esta terceira versão, inclusive, me rendeu algumas lágrimas quando um vírus entrou no meu computador e perdi tudo.

O texto de Teorema de Mabel foi a princípio um conto longo. Minha namorada encontrou o texto não-finalizado na gaveta e pediu para que eu terminasse para ela. Foi assim que surgiu uma das coisas mais maravilhosas da minha vida. Uma chave foi virada na minha cabeça, e agora sinto uma facilidade deliciosa em produzir textos mais longos. Já tenho mais dois prontos e um projeto de algo mais épico, que deve vir logo após eu disser tudo o que tenho a dizer com Mabel.

Classificação: Ficção - Bom

Muito obrigada pela parceria Matheus e por me dar a honra de conhecer Mabel e Regina!

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